quarta-feira, 11 de agosto de 2010

diante

"Let me tear myself apart, I need to breathe." - Undertow, Pain of Salvation


01/08/10
Existe, é verdade, o momento em que se é feliz e que se ama. Existem. Mas diante do tempo futuro, diante do passado, daquele dia específico, diante de toda a semana que se anuncia, de toda a vida que se espera, diante de toda saúde que tenho!, de todo potencial, do poder-vir-a-ser e também diante do poder-não-vir-a-ser - não significam mais que uma breve distração, o amor e a felicidade.

A verdade é que já me caí deitada faz tempo, e não na posição de quem descansa ou dorme confortavelmente, nem na posição do morto: resto ao chão na disposição embrulhada e contraída de quem sente dor e caimbra aguda no corpo todo, sobretudo na cabeça e no coração.

Eis a projeção - do quê? Do que poderia ser, dizem, mas que é, na realidade, o que poderia ter sido, dito assim já no pretérito, porque não há mais como recuperar. não há.


Quanto tempo mais?