Sábado, 7h53
Um casal de mendigos parados no meio da rua, abraçados pelo pescoço.
Vestes escuras, mas não negras. Azul-marinho. Na frente dele está
um carrinho de supermercado com talvez
dez objetos pequenos. Ele não segura o carrinho, eles estão abraçados
até o pescoço,
expressão sofrida. Enlace longo, coisa séria.
Permanecem imóveis, sem intenções de se soltarem
até sumirem do meu retrovisor - a rua era comprida. De longe,
ele, ela, o carrinho
eram uma coisa só: a mais sagrada.